sábado, 18 de junho de 2011

Darwinismo e dever reprodutor

[Lord Sacks é citado pelo Mats em “Civilizações religiosas sobrevivem; civilizações seculares morrem”]

Lord Sacks: «(1) Se tu és um darwinista, o que verdadeiramente interessa é o sucesso reprodutivo

"Origem das Espécies", Charles Darwin (III Luta pela existência - Progressão geométrica do aumento dos indivíduos, p.66):
«A luta pela existência resulta inevitavelmente da rapidez com que todos os seres organizados tendem a multiplicar-se. Todo o indivíduo que, durante o termo natural da vida, produz muitos ovos ou muitas sementes, deve ser destruído em qualquer período da sua existência, ou durante uma estação qualquer, porque de outro modo, dando-se o princípio do aumento geométrico, o número dos seus descendentes tornar-se-ia tão considerável, que nenhum país os poderia alimentar.» ...
«Se o animal tem poder para proteger de qualquer maneira os ovos ou os filhos, uma reprodução pouco considerável basta para manter no seu máximo o número de indivíduos da espécie; se, ao contrário, os ovos e os filhos são expostos a uma fácil destruição, a reprodução deve ser considerável para que a espécie não se extinga.» ...
"A evolução para todos - como a teoria de Darwin pode mudar a nossa forma de pensar na vida", David Sloan Wilson:[19. Divididos soçobranos, p.204]
«A evolução do cancro parece o cúmulo da estreiteza de vistas. Cada "avanço" mutacional que permite a uma linha celular evitar os seus "predadores" (o sistema imunitário), vencer os seus "competidores" (as células que funcionam normalmente) e colonizar outras zonas do corpo (metástases) fá-la aproximar-se mais da sua morte.»
"O Espectáculo da Vida - A Prova da Evolução", Richard Dawkins:[12. Corrida ao armamento e teodiceia evolutiva, pp.337-356]
«Se todas as árvores da floresta chegassem a um acordo - como os que os sindicatos fazem para concertar as suas acções - para não crescerem acima dos 3 metros, por exemplo, todas elas beneficiariam. A comunidade inteira - o ecossistema inteiro - ganharia com a poupança em madeira e em energia, consumidas na edificação de troncos enormes e dispendiosos.» ...
«Numa floresta madura característica, o dossel pode ser visto como um prado aéreo, como uma pradaria rolante em cima de ondas. O dossel captura a energia solar quase ao mesmo ritmo que uma pradaria, mas uma fracção substancial dessa energia é "desperdiçada" ao ser introduzida nas andas, que servem apenas para erguer a "pradaria" no ar, onde captura exactamente a mesma quantidade de fotões que ao nível do solo - e com muito maior custo.
E isto conduz-nos à diferença entre uma economia planificada e uma economia evolucionista. Numa economia planificada não haveria árvores - ou, pelo menos, não haveria árvores muito altas. Não haveria florestas em dossel. As árvores são um desperdício. São uma extravagância. Os troncos das árvores são monumentos a uma competição fútil - isto se pensarmos numa economia planificada.»
«A natureza não é bondosa nem maldosa. Não é pelo sofrimento, nem contra ele.» ... «A quantidade total de sofrimento por ano no mundo natural excede os limites do aceitável.»

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Lord Sacks: «(2) A Europa é o lugar mais secular da Terra. Em todos os outros lugares a religião está em crescimento enquanto que na Europa está em queda.» ...

  1. Desmitos > Religião na América
  2. Gallup > What Alabamians and Iranians Have in Common:
  3. University of Cambridge > Demographics of atheism: 
    «Surveys show that the nations with the highest degree of atheism 'include most of the nations of Europe, Japan, Canada, Australia, New Zealand, Taiwan, and Israel', whereas 'it is virtually nonexistent in most of Africa, South America, the Middle East, and Asia'.There have been various attempts to explain this unequal distribution. As Zuckerman notes, Norris and Inglehart,[4] often regarded as offering the leading explanation, have argued that high levels of atheism in a society are strongly correlated with high levels of societal health, such as low poverty rates and strong gender equality. Societies with adequate food distribution, good public health care, and accessible housing generally show a waning of religiosity, while societies where there is inadequate food and shelter and life is less secure show much higher levels of religious belief.[5]» ... 
    «North America would seem to constitute something of an exception here.»

  4. «One of the most widely noted findings from the American Religious Identification Survey (ARIS 
    2008), which was released in March 2009, was the substantial increase in the No Religion segment of  
    the U.S. population, whom we designate as “Nones.” The Nones increased from 8.1% of the U.S. 
    adult population in 1990 to 15% in 2008 and from 14 to 34 million adults. Their numbers far exceed 
    the combined total of all the non-Christian religious groups in the U.S.»
  5. "Why the Gods are not winning", Gregory Paul & Phil Zuckerman
  6. Gallup > This Easter, Smaller Percentage of Americans Are Christian:
  7. Gallup > Four in 10 Americans Believe in Strict Creationism:
    «A small minority of Americans hold the "secular evolution" view that humans evolved with no influence from God -- but the number has risen from 9% in 1982 to 16% today. At the same time, the 40% of Americans who hold the "creationist" view that God created humans as is 10,000 years ago is the lowest in Gallup's history of asking this question, and down from a high point of 47% in 1993 and 1999.»
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Lord Sacks: «A taxa de fertilidade para uma população estável é 2,1 (maior do que 2 porque algumas crianças morrem antes de chegar à idade adulta).» ... 

  1. University of Michigan > Population growth over Human History:
    «The population/age structure of the developed world represents that of a stable (or nearly stable) population. Here, the pyramid is more rectangular than for a rapidly growing population (bottom) where there is a much larger number of young people. The bottom figure (typical for countries like Mexico, Malaysia, India, etc.) is more triangular and shows how a rapidly growing population is dominated by young people. The female side of the diagram is particularly important in understanding future growth. This is because fertility is largely controlled by the number of females in their reproductive years (roughly ages 15 - 40).» ... «It takes many tens (perhaps hundreds) of years to steepen the slopes of the population-age pyramid. Such a steepening is essential before populations can become stable. Intensive efforts to control population have been implemented in various countries.»

    Figure 6: The Demographic Transition
    [Demographic transition] «
    This is the name given to the process that has occurred during the past century, leading to a stabilization of population growth in the more highly developed countries. The Demographic Transition is shown schematically in Figure 6. It is generally characterized as having four separate phases or stages.» ... «Stage 1. In this early stage of the demographic transition in Europe, birth rates and death rates are both high.» ... «Stage 4. The last stage of the demographic transition in Europe was characterized by a higher, but stable, population size. Birth and death rates were both relatively low and the standard of living became much higher than during the earlier periods.»
  2. "O gene egoísta", de Richard Dawkins:
    [7. Planeamento familiar, pp.159-175]
    «O tamanho de uma população depende de quatro parâmetros: nascimentos, mortes, imigrações e emigrações. Se tomarmos a população mundial como um todo, podemos eliminar os dois últimos parâmetros, restando-nos apenas o número de nascimentos e o número de mortes. Enquanto o número médio de filhos que sobrevivem para se reproduzir, por casal, for maior do que dois, o número de nascimentos tenderá a aumentar ao longo dos anos, numa taxa sempre crescente. Em cada geração, a população, em vez de crescer a um ritmo constante, aumenta de acordo com uma proporção fixa sobre o tamanho que previamente atingira. Como este valor está, ele próprio, sempre a aumentar, o valor de crescimento da população também aumenta permanentemente. Se se permitisse que este crescimento continuasse descontroladamente, a população atingiria proporções astronómicas surpreendentemente depressa.» ... «Os seres humanos (alguns) têm a capacidade de previsão consciente necessária para ver de antemão as consequências desastrosas da superpopulação.» ... «Os animais selvagens raramente morrem de velhice: a fome, a doença ou os predadores apanham-nos muito antes de se tornarem verdadeiramente senis. Num passado próximo, isto também acontecia com o homem. A grande maioria dos animais morre na infância e muitos não passam sequer da fase de ovo.»

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Lord Sacks: «(3) A Europa está a falhar no propósito de se reproduzir.» ... «(4) Em quase todo o mundo, quanto mais religiosa for uma população, mais filhos ela vai produzir.» ... «A revolução demográfica a ocorrer actualmente é detalhada no recente livro de Eric Kaufmann “Shall the Religious Inherit the Earth?” (“Irão os Religiosos Herdar a Terra?”)» ... «(5) A maior ameaça à crença religiosa nos dias de hoje é o ateísmo baseado no neo-Darwinismo.»
Mats: «Se tu és um ateu neo-Darwinista consistente, irás desejar que haja o menor número de pessoas possível que partilhem as tuas crenças.»



  1. FORA.tv > Eric Kaufmann: Shall the Religious Inherit the Earth?
  2. Eric Kaufmann on How Demography Is Enhancing Religious Fundamentalism
  3. Eric Kaufmann - Religion, Demography and Politics in the 21st Century
  4. The New York Times > U.N. Forecasts 10.1 Billion People by Century’s End:
  5. Daily Mail > A whole new world: The amazing map based on population that shows Britain is still a big player:
    «The map below shows the distribution of the Earth's population, with the size of each territory showing the relative proportion of people living there. India, China and Japan loom large as they have the largest populations.»
  6. Worldometers > Current world population:
  7. Geohive > The 50 largest (population) countries in the world
  8. British Social Attitudes > A snapshot of changing attitudes over the last 25 years:
    «There has been a sharp decline in religious faith over the last two decades. For the first time in the history of the series more people say they are not religious than say they are. In 2009 51% of respondents said they did not belong to any religion, up from a third (34%) in 1983.
    These changes reflect deep-rooted differences between the generations, with older generations (who are the most religious) dying out and being replaced by younger (less religious) ones.»
    Wikipedia:
  9. CathNews > Decline in number of religious across the world (2011):
    «The number of religious in the world has dropped over the past year, said Rome Reports.» ... «Europe is the continent in which religious vocations has decreased the most.»
  10. Cornell University Library > A mathematical model of social group competition with application to the growth of religious non-affiliation:
    «The model indicates that in these societies the perceived utility of religious non-affiliation is greater than that of adhering to a religion, and therefore predicts continued growth of non-affiliation, tending toward the disappearance of religion. According to our calculations, the steady-state predictions should remain valid under small perturbations to the all-to-all network structure that the model assumes, and, in fact, the all-to-all analysis remains applicable to networks very different from all-to-all. Even an idealized highly polarized society with a two-clique network structure follows the dynamics of our all-to-all model closely, albeit with the introduction of a time delay. This perturbation analysis suggests why the simple all-to-all model fits data from societies that undoubtedly have more complex network structures.»
Notas

  1. O Mats remove e não aprova os meus comentários nos seus blogs.
  2. Este blog é  um espaço temporário com várias anotações para um futuro site criado de raiz.
  3. Indiquem mais dados relevantes nos comentários.
  4. Apresentem sugestões para o futuro site.
  5. Criacionistas: dêem a vossa opinião.



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